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domingo, 9 de outubro de 2011

Círio de Nazaré atrai fiéis em Belém

Neste domingo foi realizada a missa e a procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Belém. Fiéis passaram mal durante a manhã


Maior evento católico do País, o Círio de Nazaré, que se realiza há 219 anos pelas ruas centrais da capital do Pará, mobilizou neste domingo cerca de 2,3 milhões de romeiros, durante seis horas, num percurso de 4,6 quilômetros. Símbolo da fé e do sacrifício humano, a corda de 400 metros que tradicionalmente é conduzida por dez mil pagadores de promessas, este ano, a pedido do arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, não foi cortada até que a santa chegasse a seu destino, a Praça do Santuário.


<span>Mulher é socorrida após passar mal durante a procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, neste domingo</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Vista geral do público presente durante a procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré neste domingo</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Fiéis chegam a exaustão durante a procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Romaria marcou início das comemorações do Círio de Nazaré no Pará, na sexta-feira</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Imagem saiu da Basílica de Nazaré e segue para Igreja Matriz de Ananindeua </span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Crianças participam das celebrações do Círio de Nazaré em Belém, no Pará</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Trajeto de sexta-feira foi de 55 km e contou com a participação de mais de 1 milhão de romeiros</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>No sábado pela manhã, centenas de embarcações participam da romaria fluvial pelas Águas da Baia do Guajará</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Romaria Fluvial foi criada para que os ribeirinhos e pescadores possam ver de perto a imagem de Nossa Senhora e prestar homenagens a padroeira dos paraenses</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Chegada da imagem de Nossa Senhora de Nazaré à Estação das Docas na manhã de sábado</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Imagem é carregada após chegar da romaria fluvial pelas Águas da Baia do Guajará, em Belém</span> - <strong>Foto: AE</strong> <span>Vista geral do público neste domingo durante manifestação em homenagem à padroeira dos paraenses</span> - <strong>Foto: AE</strong>

Ano passado a corda foi cortada a golpes de estilete e faca e ao romper-se levou ao chão dezenas de pagadores de promessas, provocando fraturas e ferimentos. Emocionado por comandar pela primeira vez a procissão, Taveira foi enfático ao dar a bênção aos romeiros: "não existe repetição do Círio, eu vivo sempre como se fosse a primeira vez".

O pescador Raimundo Oliveira percorreu a pé 150 km, do município de Mãe do Rio, até Belém, para pagar uma promessa. Ele conseguiu um lote de terra e já começou a construir a casa onde pretende morar com a mulher e cinco filhos. "Participei de duas invasões de terra, apanhei da polícia, e fiz uma promessa para a santa se conseguisse um canto para viver com a minha família. Consegui e vim agradecer". A cozinheira Evandra Maria Bastos, de 56 anos, disse que teve um "problema grave" na garganta e que foi curada pela Virgem de Nazaré. Pagou a promessa carregando uma cruz feita de isopor.

"Nunca vi coisa igual no mundo. Já estive em Fátima, em Portugal, e em Lourdes, na França, acompanhando peregrinações católicas. Também conheço a peregrinação muçulmana à Meca, mas nada se iguala ao mar de gente que encontrei no Círio de Nazaré. A fé do povo paraense contagia e emociona qualquer um", declarou o empresário catarinense Romeu Tadeshi, de 67 anos. Ele estava no meio da multidão, distribuindo água aos peregrinos.

O ex-governador de São Paulo José Serra, que foi a Belém pela segunda vez para acompanhar o Círio a convite do governador paraense Simão Jatene, disse que estava "muito emocionado". Para ele, não há nada parecido. "É um grande ato de fé, que à distância a gente não tem ideia de como é. Milhões de pessoas na rua que se organizam sem precisar de muita organização", resumiu o político.

Cerca de 15 mil homens das Polícias Militar, Civil, e das Forças Armadas garantiram a segurança dos romeiros, enquanto quatro mil voluntários da Cruz Vermelha registraram mais de 800 atendimentos às pessoas que sofreram quedas, passaram mal e desmaiaram durante a procissão devido ao forte calor. Uma mulher sofreu aborto e foi levada para o Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti.

O Círio



Começou na sexta-feira a primeira das 11 Romarias Nazarenas do Círio de Nazaré. A imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré - pela tradição bíblica, a mãe de Jesus - saiu da Basílica de Nazaré, em Belém, e vai até a Igreja Matriz de Ananindeua, no Estado do Pará. Este foi apenas o primeiro evento do calendário do Cirio de Nazaré 2011. O trajeto é de 55 quilômetros contou com a participação de mais de 1 milhão de romeiros.

Na procissão, a imagem foi seguida por romeiros e, em todo o percurso, os fiéis fazem homenagem à santa e tentam tocar a corda do Círio, para agradecer graças alcançadas ou pedir algo à santa. Em setembro de 2004, a Círio foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio nacional.

O sábado foi de muitas homenagens à padroeira do Estado, com a realização de quatro romarias, por terra e água: Romaria Rodoviária, Círio Fluvial, Moto-romaria e a Trasladação.

A históriaSegundo a tradição católica, o caboclo Plácido José de Souza encontrou, às margens do igarapé Murutucú, onde hoje está a basílica, uma pequena imagem da santa em 1700. Após encontrá-la, ele levou a santa para casa. Quando voltou, ela não estava mais lá. Ele então decidiu voltar ao igarapé: lá estava a santa. Quase todo o dia o fato se repetiu, até que o caboclo resolveu construir uma capelinha na margem do fio d'água.

Muitos anos depois, em 1792, o Vaticano permitiu a procissão em homenagem à santa em Belém do Pará, que foi feita pelo capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho, que à época governava a então província do Pará.

O primeiro Círio aconteceu no dia 8 de setembro de 1793. A partir de 1901, por determinação do bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a celebração foi fixada no segundo domingo de outubro.

iG São Paulo - Ultimo Segundo

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