O
corpo do estudante Luiz Felipe Aniceto de Almeida, 22 anos, será
enterrado nesta sexta-feira no Cemitério da Paz, em Belo Horizonte.
Almeida morreu na noite passada no Hospital de Pronto-Socorro João
XXIII, onde estava internado desde o dia 22 do mês passado. O jovem
ficou gravemente ferido ao cair do viaduto José Alencar, na Pampulha,
durante os protestos que aconteceram na capital mineira. No mesmo dia
jogaram no Mineirão as seleções do Japão e México, pela Copa das
Confederações.
Segundo o hospital, o rapaz teve fraturas em várias
partes do corpo e desde então respirava com a ajuda de aparelhos.
Almeida era pai de uma menina de um ano. Além dele, outras seis pessoas
caíram do viaduto José Alencar durante os confrontos dos manifestantes
com a Polícia Militar. Entre elas o auxiliar de logística Douglas
Henrique Oliveira, 21 anos, que também morreu no Hospítal João XXIII. O
acidente com ele, gravado por um dos manifestantes, aconteceu no dia do
jogo Brasil e Uruguai.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
Mapa do protestos das tarifas
Ranking
das tarifas de ônibus no
País<a
data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm"
href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/tarifas-de-onibus/iframe.htm">veja
o
infográfico</a>
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre
março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à
Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das
passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos
expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o
Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos.
Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já
inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa
do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos
em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta
um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e
significados de um movimento popular singular na história brasileira
desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos
aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário