Por: Silvio Andrade, do Novo Jornal
Os
três anos consecutivos de seca no semiárido do Rio Grande do Norte
mudaram as feições do Gargalheiras, em Acari, na região do Seridó, a 215
km de Natal. Com o mais baixo volume de sua história, 5,85% da
capacidade total de 44 milhões de cúbicos de água, o açude mais famoso
do Estado pode entrar em colapso se não chover nos próximos três meses,
prejudicando mais de 55 mil habitantes.
Na
área represada do Marechal Dutra, nome oficial do açude Gargalheiras, a
lâmina de água chegou ao nível de 2.598.477 milhões de m³ até o dia 9 de
outubro passado. Desde 2011 que a água não escorre pelo paredão de mais
de 26 metros de altura, um espetáculo que atrai pessoas de todo o
Estado para apreciar a sangria.
O
Gargalheiras abastece a população de Acari (11 mil habitantes) e de
Currais Novos (44 mil habitantes). Este último município passou a
receber água da adutora Gargalheiras, reativada desde 2013 porque o
açude Dourados, em Currais Novos, está praticamente seco.Construído pelo
Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS), o reservatório
rasga as rochas das serras do Abreu, Gargalheiras, Carnaubinha e Olho
D’Água. Em 55 anos de existência, sangrou 29 vezes. A primeira foi em
março de 1960, um ano depois de inaugurado.
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