A mil dias da Copa, trabalhadores da reforma do estádio protestam durante visita da presidenta nesta sexta-feira.
O cenário visitado pela presidenta Dilma Rousseff (PT) nesta manhã é de reivindicações. Trabalhadores da reforma do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, cruzaram os braços nesta sexta-feira (16). A presidenta visita as obras enquanto eles reivindicam melhoria salarial e reclamam das condições de trabalho. Apesar da greve, alguns trabalhadores entregaram para a presidenta uma camisa dos 1000 dias para a Copa.
Após visitar o Mineirão, onde trabalhadores das obras manifestaram insatisfação sobre salários, Dilma enfrentou mais protestos em frente à Prefeitura de Belo Horizonte. Trabalhadores dos Correios, munidos de bandeiras e apitos gritavam: “Dilma, que papelão, a MP é a privatização”. Os trabalhadores dos Correios referem-se à Medida Provisória (MP) 532, aprovada no Congresso Nacional. Ela trata, entre outros assuntos, de abrir o capital da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Ampliar
Em meio à greve, Dilma e Pelé recebem camisa dos 1000 dias para a Copa no Mineirão
No Mineirão, acompanhada de Pelé, Dilma se comprometeu a comparecer à inauguração do estádio, em dezembro de 2012. Em clima descontraído, a presidenta foi abordada sobre a possibilidade de o Mineirão abrir a Copa do Mundo de 2014, mas ela não comentou o assunto. A presidenta recebeu de presente uma camisa 10 do Clube Atlético Mineiro.
"O camisa 10 está aqui", brincou a presidenta, referindo-se a Pelé. O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), também acompanhou a presidenta e mostrou a ela uma projeção do estádio já pronto.
Greve no Mineirão
"Teremos assembleia hoje e resolveremos se vamos parar. Queremos equiparação salarial com São Paulo", diz o sindicalista Osmir Venuto da Silva. Ele diz que não representa legalmente a categoria, mas apóia o movimento. Silva explica que um servente de pedreiro ganha R$ 633 enquanto pedreiros e carpinteiros recebem R$ 963. em São Paulo, para estas mesmas funções, paga-se respectivamente R$ 800 e R$ 1.150.
O carpinteiro Joaquim José, de 48 anos, saiu do Piauí para trabalhar na obras do Mineirão. Ele contou ao iG que trabalha de 7h às 18h, mas o salário não tem compensado a distância da família. "Não podemos fazer hora extra e é isso que aumenta o salário da pessoa. Em São Paulo a situação é outra. O salário é bem melhor".
Foto: Denise Motta/iG
Trabalhadores do Mineirão cruzaram os braços no dia da visita de Dilma a Belo Horizonte
De Belo Hotizonte, o auxiliar e de topógrafo e pedreiro Pedro de Oliveira, de 47 anos, afirma que seu orçamento fecha apertado no fim do mês. "O salário é horrível, não fecho as contas no fim do mês", reclama. Oliveira ainda diz que ele e os colegas trabalham sob pressão e ameaças. "Quando temos condição, dá prazer trabalhar numa obra dessa. Agora, deste jeito, a condição é de desespero".
Os consórcios envolvidos na obra alegam que ainda não receberam reivindicações dos trabalhadores e o governo do Estado diz que a reforma segue seu ritmo normal, dentro do cronograma.
Veja imagens da reforma por dentro do Mineirão:
Fonte:Denise Motta, iG Minas Gerais Ultimosegundo
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