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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Patrimônio histórico de Natal sem projeto de recuperação

A caixa d'água das Rocas, localizada atrás do prédio da antiga estação ferroviária, é exemplo de descaso com o patrimônio histórico da cidade. Desativada desde 1980, a caixa d'água erguida há mais de um século, permanece com vários problemas na estrutura e sem previsão de projetos para restauração e conservação, apesar do tombamento. Enquanto o poder público não intervém, o espaço é usado por moradores como depósito para resto de materiais de construção. À noite, usuários de droga também aproveitam o local. No entorno, lixo doméstico, entulho de construção e o mato crescido se acumulam, contrastando com a beleza da edificação.
Aldair DantasÁrea nunca recebeu projeto de preservação e está abandonada
Área nunca recebeu projeto de preservação e está abandonada

A edificação ostenta pedras originais quebradas, pintura gasta e a estrutura em ferro do reservatório de água - que funciona como uma cúpula - está corroída pela ferrugem. Na parte interna, telhas, esquadrias, tijolos, ripas, carro de mão e até um depósito de isopor se valem do espaço abandonado.

A estrutura foi tombada em agosto de 2007, pelo Patrimônio Histórico Estadual, devido à sua importância histórica - a caixa d'água abastecia a antiga estação e a vila dos ferroviários - e pela construção, com características art nouveau, em alvenaria com partes de ferro. Quase cinco anos depois, nenhuma melhoria foi feita.

À época do tombamento, a TRIBUNA DO NORTE já trazia matéria mostrando não existir projeto para a restauração e que a inclusão da caixa d'água no livro de tombos históricos do Estado era a forma de garantir que o monumento não fosse demolido ou modificado.

Há cerca de um mês e meio, um embate com uma construtora, que adquiriu parte do terreno da antiga estação e começou a erguer um muro precisou da intervenção do Patrimônio da União para que a área fosse preservada. A Construtora pretendia murar inclusive o terreno da edificação tombada e chegou a derrubar árvores. "Ainda estamos vendo com a União a questão da posse, o terrenos era da REFESA", disse José Domingos Sobrinho, que mora na vila dos ferroviários há 20 anos.

Os moradores esperavam à época o tombamento que melhorias fossem feitas para aumentar o fluxo de turistas que procuram o local. "Isso poderia inclusive valorizar a área, os imóveis", acrescenta José Domingo. No entanto, lamenta o ferroviário Devaldo Freitas de Souza, 45 anos, o espaço é ponto de vagabundos durante a noite que se reúnem para fumar maconha". Morador da vila, desde que nasceu, Devaldo Freitas lembra que tomava banho na bica da caixa d'água. "Esperávamos a construção de uma praça. Se falou em projeto, mas nunca nada foi feito".

A dona de casa Francisca Teixeira, 73 anos, conta que a família tem as chaves do cadeado. "Mantemos o local dentro limpo e aproveitamos para guardar alguns pertences dos moradores, como material de construção", admite a moradora, que desconhece se tratar de um patrimônio histórico.

A TRIBUNA DO NORTE tentou, sem sucesso, contato com a Fundação José Augusto, responsável por promover a conservação do prédio. Devido o feriado de carnaval, o expediente retornará apenas nesta quinta-feira, segundo informou o vigia do local.
Tribuna do Norte

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