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sábado, 5 de maio de 2012

Lula recebe cinco títulos de doutor honoris causa

Rio de Janeiro (AE) - A passo lento, mancando um pouco e amparado pela ex-ministra da Secretaria Nacional das Mulheres Nilcéia Freire, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou ontem no palco do Teatro João Caetano, no Rio, para receber cinco títulos de doutor honoris causa sob aplausos, palavras de ordem e comoção. "Lula/guerreiro/do povo brasileiro", entoou, em coro, a plateia formada por ministros, secretários de Estado, militantes do PT, professores, estudantes. Chapéu preto escondendo os cabelos ralos devido à quimioterapia e à radioterapia, às quais recorreu para combater um câncer de laringe, Lula, de aparência frágil e escoltado por uma "comissão de honra", passou bem devagar em frente à mesa que comandaria os trabalhos. A bengala com que aparecera na véspera estava com um assessor que o seguia. Dois clarinetistas tocavam a Bachiana Número 5, de Heitor Villa-Lobos. Sentada, a presidenta Dilma Rousseff chorou.
rudy trindade/aePresidenta Dilma Rousseff (à direita) e governador Sérgio Cabral (à esquerda) aplaudem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Presidenta Dilma Rousseff (à direita) e governador Sérgio Cabral (à esquerda) aplaudem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Foi o início de uma série de elogios ao ex-presidente e a seu governo (2003-2010), comandada pelos reitores de quatro universidades federais do Rio (UFRJ, Fluminense, Uni-Rio e Rural) e também da Estadual (UERJ), que concederam os títulos. Todos exaltaram a política educacional de Lula. "Campeão de utopias realizadas", "doutor da causa da humanidade" e "eterno presidente do Brasil" foram expressões usadas pelos dirigentes na cerimônia em que Lula recebeu os diplomas e vestiu as "vestes talares" do título: a samarra, espécie de toga, e o capelo, chapéu com franjas. Ambas são vermelhas, cor-símbolo das ciências humanas. Apesar da fragilidade, depois de vesti-las Lula brincou, mostrando a língua e fazendo o sinal de positivo. Fora, estudantes de Medicina da UFRJ em Macaé protestavam contra más condições de ensino.

"Não é possível viver sem esperança, e quero lhe agradecer por isso", afirmou, dirigindo-se ao ex-presidente, o reitor da UERJ, Ricardo Vieiralves, que após seu discurso abraçou Lula e deu-lhe um beijo. Já o reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto Salles, apesar dos elogios, pediu gastos de 10% do PIB para a educação e protestou contra os baixos salários do setor. O reitor da UFRJ, Carlos Levi, foi "saudado" por um grito de "cotas na UFRJ" - a universidade reserva vagas para estudantes da rede pública, mas não utiliza critérios raciais para a escolha. A presidenta Dilma não discursou, mas, ao lado do ex-presidente, enxugou lágrimas, puxou palmas, sorriu e até "soprou-lhe" algumas informações, ajudando-o no discurso.
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