A Polícia Civil prendeu o jardineiro João Batista Caetano, esta manhã (16), em São Gonçalo do Amarante enquanto ele tomava café da manhã em sua residência. Ele confessa ser o autor do duplo homicídio, de mãe e filha, ocorrido em Nova Parnamirim, na terça-feira (8) e diz ter feito por ódio as vítimas. “Elas me humilhavam muito”.
Versão contestada pelo delegado titular da Delegacia Especializada em Defesa da Criança e do Adolescente (DCA), Correia Júnior. Para ele crime foi um latrocínio (roubo seguido de morte) premeditado.
Além de João, sua esposa, a Marlene Eugênio Gomes; a nora, Danúzia de Freitas Valcácio; e outros dois enteados adolescentes, de 13 e 16 anos, foram presos acusados de participação no crime.
Em seu depoimento João disse que naquele dia foi até a casa das vítimas para matar mãe e filha e que já havia tentado em outra oportunidade, há pouco mais de um mês, mas que naquela vez as vítimas não deixaram ele entrar na residência.
Na manhã da terça-feira (8), ele foi até a casa, acompanhado de sua esposa e um enteado, de 13 anos, mas apenas Olga Cruz estava lá. “A gente discutiu e ela partiu pra cima de mim, aí eu vi a faca e a matei”. De acordo com a perícia do Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep), Olga sofreu mais de 50 golpes de faca.
E é a partir desse ponto que a versão do “ódio” muda. João ficou na residência com sua esposa, e enteado esperando Tatiana e a criança de 10 anos chegarem para almoçar. Ele escondeu o corpo de Olga e no momento que mãe e filha chegaram em casa no carro, foram abordadas por ele.
“O corte no dedo de Tatiana foi porque ela tentou tomar a faca de mim e pegou na lâmina e quando eu puxei cortou. Consegui amarrar ela sem dificuldade por apelo da filha dela, que pediu para que a Tatiana não reagisse”.
Segundo o delegado Correia Júnior, a intensão do jardineiro era roubar os cartões e fazer a vítima revelar a senha da conta bancária, o que de fato conseguiu a torturando. Policiais da DCA ainda revelaram que ao ver a mãe sendo esfaqueada, a criança pediu para que ele não a matasse da mesma forma, mas que desse veneno para ela morrer.
“Não ia matar a criança, até mesmo porque tenho uma filha com o mesmo nome e fiquei com pena, mas a sufoquei com um travesseiro e ela desmaiou”, disse João. Segundo o delegado, as marcas no pescoço da criança não foram de esganadura, mas sim do pé de Marlene se certificando que a criança também estava morta.
Após os homicídios, o casal e o adolescente fugiram no carro de Tatiana, levando vários objetos de valor, recuperados hoje pela manhã no momento da prisão. Minutos depois do crime a criança acorda e sai de casa em um patinete.
Correia enfatizou que a gravação das câmeras de segurança da casa, divulgada no dia do crime, não mostra em nenhum momento o acusado, apenas a criança saindo de casa com o patinete.
João ainda contou que após sair da casa das vítimas, jogou a faca usada no crime em um córrego, na antiga favela do Japão, bairro das Quintas, Zona Oeste de Natal. Hoje os policiais estiveram no local apontado por ele, mas não encontraram a faca.
De posse do cartão e senha de Tatiana, João foi a um caixa eletrônico no Alecrim, acompanhado pela esposa, nora e seus dois enteados, todos no carro da vítima, e sacou cerca de 500 reais da conta bancária de Tatiana. Logo após o saque Danuzia destrói o cartão para dificultar as investigações da Polícia.
Nos dias que se sucedem ele muda de endereço, sai de Felipe Camarão e vai morar em São Gonçalo do Amarante, temendo ser preso. “Eu acompanhava as reportagens que saiam sobre o caso e fiquei aliviado em saber que a criança não tinha morrido”, pontuou.
O carro foi encontrado na madrugada da quinta-feira (10), abandonado, próximo a um rio em São Gonçalo do Amarante.
Fonte: Nominuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário