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terça-feira, 22 de maio de 2012

Seca reduz oferta de água e castiga população do sertão

Margareth Grilo - repórter especial

Nos últimos meses, a seca que assola o sertão potiguar tem reduzido a oferta de água e levado o homem do campo a caminhar quilômetros em busca de algum reservatório. Nos onze municípios percorridos pela equipe da TRIBUNA DO NORTE a dificuldade é a mesma. A demanda aumentou devido à escassez na zona rural, entre 20 e 30%, mas não há água em quantidade suficiente para atender a todos, diariamente.

Alguns municípios já fazem o racionamento da água para evitar um colapso no abastecimento, como é o caso das cidades de Santa Cruz, São Paulo do Potengi, Lajes e São Tomé, abastecidas pela adutora Monsenhor Expedito. Atualmente, esse sistema adutor atende cerca de dez vezes mais do que estava previsto. Projetada para atender 22 cidades e cinco comunidades rurais, a adutora destina água para 30 municípios e 250 comunidades rurais.

No caso dos municípios de São Tomé e Santa Cruz já existe uma crise aguda no abastecimento, inclusive nas cidades. Em Santa Cruz, segundo o prefeito José Péricles, o Sistema de Abastecimento de Água e Esgotos (SAAE) tem feito rodízio no bobeamento. Nenhum dos bairros tem água corrente todo dia. A SAAE recebe, por mês, 180 mil metros cúbicos de água, quando precisaria de, no mínimo, o dobro.

Atualmente, as 1.500 cisternas existentes na zona rural estão todas secas. "Precisamos abastecer todas essas cisternas com água potável", disse o prefeito, "mas não temos água suficiente". Normalmente, nas áreas atendidas pela rede de abastecimento, quando chega água as pessoas enchem baldes e tanques, ou cisternas, porque sabem que vai demorar de dois a três dias, ou até uma semana, para voltar às torneiras.
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