Se você acha sushi ou testículos de boi as comidas mais exóticas que existem, prepare-se: em algum lugar do mundo, sempre existe alguém comendo algo bem mais estranho
Já imaginou você convidando seus amigos para comer uma lasanha em sua casa? Nada mais normal, não é mesmo? Agora, imagine o preparo básico: faça o pré-cozimento da massa, prepare uma forma para receber as tiras, prepare um bom molho de tomate, mas tome apenas uma providência diferente: em vez de colocar carne de frango ou bovina como recheio, escolha a de um morcego.O que pode parecer um nojo ou ao menos um absurdo aos nossos olhos (e paladares), é uma iguaria muito apreciada no sudeste asiático. China, Vietnã e Tailândia estão entre os países onde o prato é relativamente comum. Por possuírem uma carne macia, de textura semelhante à de frango, e com baixo teor de gorduras (no caso dos que comem frutas), os morcegos também são apreciados em forma de carne moída ou em sopas – aí não apenas com a carne, mas normalmente com a carcaça também, o que dificulta ainda mais a tarefa de comê-lo.
As diferenças culturais entre os povos proporcionam iguarias que parecem verdadeiras nojeiras para uns, mas um manjar para outros. Se a vaca é sagrada na Índia, na América do Sul e em muitas outras partes do globo faz parte do cardápio de bilhões de pessoas. Muitos já ouviram falar que no extremo oriente a carne de cachorro é um prato relativamente comum, o que nos indigna, pela afeição que temos com esses bichinhos. Na Coreia do Sul, a sopa feita com carne canina é considerada altamente nutritiva e, dizem muitos, afrodisíaca. Entidades de proteção aos animais conseguiram a proibição oficial da sopa de cachorro, mas o fator cultural e os olhos grossos da fiscalização ainda permitem que muitos restaurantes sirvam o prato.
A sopa de rato é comum na Índia, o canguru ao vapor é servido na Austrália, cérebros de porco e macaco também já deliciaram algumas pessoas em outros lugares. Mas nada disso parece tão assustador quanto devorar animais peçonhentos. Exemplos não faltam. Em Cingapura, o escorpião frito é, dizem eles, um primor. O veneno não é problema, desde que o bicho seja bem cozido antes de ir à frigideira. Devora-se inteiro mesmo. Como comer um siri com casca e tudo.
Mais corajosos ainda são os sul-africanos, que fritam aranhas. E não é qualquer bichinho não: aranha boa mesmo é a caranguejeira, a mais assustadora de todas. Mas, neste caso, tamanho não é documento: ao contrário do escorpião, as caranguejeiras não são agressivas nem venenosas, apesar de imensas e peludas. É justamente o seu tamanho avantajado (podem variar de 15 a 30 centímetros) que valoriza seu sabor, pois possuem mais carne. Aborígenes australianos e até alguns índios na América do Sul têm como hábito fritar as tarântulas.
No caso do Brasil, nosso tamanho continental proporciona algumas iguarias que parecem muito exóticas quando variamos de uma região para outra do país. No Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, os testículos do boi são assados em churrascos, especialmente no interior ou no meio rural. Algumas regiões do Sudeste apreciam também a farofa de formiga. Bem frito, o inseto adquire gosto semelhante ao de um amendoim. E o melhor: é rico em proteínas e fósforo.
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