A prisão preventiva do presidente da Câmara Municipal de Assu, vereador Odelmo de Moura Rodrigues, segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Norte, está relacionada apenas ao fato de ter sido o suposto mandante do assassinato do vigilante Joaquim Gomes, ocorrida em 29 de fevereiro de 2000, em Natal.
Mas, o vereador já passou a ser investigado como um dos líderes do grupo de extermínio e "pistolagem" que vinha atuando há 20 anos na região do Vale do Açu, a partir das informações colhidas com a deflagração da "Operação Malassombro", que em 31 de maio deste ano levou à prisão de 11 pessoas e à apreensão de 21 armas e munições de pistola calibre ponto 40 de uso restrito da polícia.
O delegado da Divisão de Polícia do Oeste (Divipoe), Odilon Teodósio dos Santos Filho, confirmou que o grupo também está sendo investigado por ter encomendado a morte de um deputado estadual, cujo nome não foi revelado para não prejudicar as investigações, porque o parlamentar teria cobrado, publicamente, uma solução para o caso do assassinato do agropecuarista Oni Galdino, ocorrida há dois anos e sete meses em Assu e que era irmão do ex-prefeito de Paraú, Luís Galdino.
Odilon Teodósio Filho disse, numa entrevista ocorrida ontem de manhã na Procuradoria Geral da Justiça (PGJ), em Candelária, que o grupo de criminosos teria participado de "pelo menos duas dezenas de mortes" em Assu, Campo Grande, Guamaré, Ipanguaçu e Itajá.
Além do presidente da Câmara de Assu, está preso o seu irmão Aureliano Rodrigues da Silva, acusado de ser um dos quatro homens que atiraram contra o vigilante Joaquim Gomes às 22 horas do dia 29 de de fevereiro de 2000, quando passava por uma rua para pegar a filha numa faculdade localizada no bairro de Petrópolis.
Aureliano Rodrigues foi reconhecido em 2 de agosto de 2012 por Cândido Henrique de Medeiros, como testemunha do caso porque na noite do crime vinha passando pelo local, numa caçamba de uma empresa que estava fazendo o serviço de limpeza urbana. O pistoleiro estava com mais três homens num automóvel Palio, verde, de quatro portas e também teria atirado contra ele, por circunstancialmente, ter visto o crime.
Segundo o delegado, Joaquim Gomes também era integrante do grupo "e foi morto por queima de arquivo", meses depois de ter sido praticamente" "expulso" pelo bando da cidade de Assu, tendo vindo morar a Natal, onde passou a trabalhar na empresa Garra de Vigilância. "Deram um ultimato para que ele deixasse a cidade em 24 horas", disse Odilon Teodósio.
A delegada Daniele Filgueira afirma que "existe um código de conduta" entre os membros do grupo de mandar assassinar pistoleiros ou as pessoas que, eventualmente, podia delatar a ação do grupo de extermínio, que segundo a Polícia, teria diversas motivações para a execução de assassinatos - desde questões pessoais e banais, até disputas econômicas e políticas, pois também havia o interesse de praticar justiça com as próprias mãos.
Os dois irmãos terão um prazo de dez dias, contados da última quarta-feira, dia 29, data do cumprimento do mandado de prisão preventiva assinado pela juíza auxilar Valéria Lacerda Rocha, para responderem por escrito à 3ª Vara Criminal da Comarca de Natal, à acusação de assassinato contra o vigilante Joaquim Gomes.
O delegado da Divisão de Polícia do Oeste (Divipoe), Odilon Teodósio dos Santos Filho, confirmou que o grupo também está sendo investigado por ter encomendado a morte de um deputado estadual, cujo nome não foi revelado para não prejudicar as investigações, porque o parlamentar teria cobrado, publicamente, uma solução para o caso do assassinato do agropecuarista Oni Galdino, ocorrida há dois anos e sete meses em Assu e que era irmão do ex-prefeito de Paraú, Luís Galdino.
Odilon Teodósio Filho disse, numa entrevista ocorrida ontem de manhã na Procuradoria Geral da Justiça (PGJ), em Candelária, que o grupo de criminosos teria participado de "pelo menos duas dezenas de mortes" em Assu, Campo Grande, Guamaré, Ipanguaçu e Itajá.
Além do presidente da Câmara de Assu, está preso o seu irmão Aureliano Rodrigues da Silva, acusado de ser um dos quatro homens que atiraram contra o vigilante Joaquim Gomes às 22 horas do dia 29 de de fevereiro de 2000, quando passava por uma rua para pegar a filha numa faculdade localizada no bairro de Petrópolis.
Aureliano Rodrigues foi reconhecido em 2 de agosto de 2012 por Cândido Henrique de Medeiros, como testemunha do caso porque na noite do crime vinha passando pelo local, numa caçamba de uma empresa que estava fazendo o serviço de limpeza urbana. O pistoleiro estava com mais três homens num automóvel Palio, verde, de quatro portas e também teria atirado contra ele, por circunstancialmente, ter visto o crime.
Segundo o delegado, Joaquim Gomes também era integrante do grupo "e foi morto por queima de arquivo", meses depois de ter sido praticamente" "expulso" pelo bando da cidade de Assu, tendo vindo morar a Natal, onde passou a trabalhar na empresa Garra de Vigilância. "Deram um ultimato para que ele deixasse a cidade em 24 horas", disse Odilon Teodósio.
A delegada Daniele Filgueira afirma que "existe um código de conduta" entre os membros do grupo de mandar assassinar pistoleiros ou as pessoas que, eventualmente, podia delatar a ação do grupo de extermínio, que segundo a Polícia, teria diversas motivações para a execução de assassinatos - desde questões pessoais e banais, até disputas econômicas e políticas, pois também havia o interesse de praticar justiça com as próprias mãos.
Os dois irmãos terão um prazo de dez dias, contados da última quarta-feira, dia 29, data do cumprimento do mandado de prisão preventiva assinado pela juíza auxilar Valéria Lacerda Rocha, para responderem por escrito à 3ª Vara Criminal da Comarca de Natal, à acusação de assassinato contra o vigilante Joaquim Gomes.
Deputado denunciou a bandidagem no Vale do Açu e teve sua morte contratada pelo vereador Odelmo de Rodrigues. Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press //Ascom/DN/Divulgação |
Odelmo teria encomendado assassinato de deputado
Nos autos que estão em tramitação na 3ª Vara Criminal de Natal, também consta que o vereador Odelmo de Moura Rodrigues teria supostamente contratado dois pistoleiros para matar um político do Rio Grande do Norte. Em razão de não terem cumprido o ajustado, os dois foram mortos em Assu como "queima de arquivo", sendo que em um dos atentados escapou Sebastião Garcia Gomes, que, no entanto, perdeu um filho de 14 anos atingidos pelos tiros e uma senhora também saiu ferida, dona Maria da Conceição do Nascimento.
O pistoleiro Paulo Douglas Garcia Gomes, o Paulo "Cabeleireiro", foi morto a tiros por dois homens em uma moto, no dia 9 de junho do ano passado, na rua Dr. Ernesto da Fonseca, em Assu.
Já o outro suposto pistoleiro assassinado, segundo a Polícia Civil, a mando do vereador, tratava-se de Valdemar Ulisses de Souza, morto aos 27 anos com tiros de pistola e espingarda calibre 12. O crime ocorreu em 15 de setembro de 2010, próximo à Comunidade Santa Clara, quando retornava para a comunidade Linda Flor, na estrada de acesso à cidade de Carnaubais [zona rural de Assu].
Já o irmão do vereador, Aureliano Rodrigues da Silva, reponde por outras duas ações penais de homicídio, nas Comarcas de Campo Grande e Ipanguaçu. O delegado da Divisão de Polícia do Oeste, Odilon Teodósio Filho, informou que Aureliano Rodrigues estava foragido e foi preso em 17 de março no Rio de Janeiro e trazido para Natal.
Em Campo Grande, o irmão do presidente da Câmara de Assu responde pelo duplo homicídio cometido, na cidade de Paraú, contra os irmãos Reginaldo e Renato Rufino da Silva, crimes pelos quais foi condenado, em 18 de novembro de 2009, a 16 anos e quatro meses de reclusão a ser cumprido no presídio estadual de Mossoró.
Quanto ao homicídio cometido em 16 de janeiro de 1991 contra a pessoa de Manoel Dantas Neto, o réu Aureliano Rodrigues da Silva foi pronunciado judicialmente só em 24 de julho de 2008, bem como o cúmplice Vivaldo Fonseca Júnior, que até aquela data encontrava-se foragido.
"Essa é uma resposta das instituições"
Os desdobramentos da Operação Malassombro, foram explicados pelo chefe da Divipoe Odilon Teodósio, o delegado-geral da Polícia Civil, Fábio Rogério e o Ministério Público. "Esta é uma resposta das instituições ao grupo que ameaçou autoridades. Todos aqui, juntos, passamos o recado que é a instituição que atua como um todo", afirmou o promotor Jean Cardoso, assessor do procurador-geral de Justiça Manoel Onofre Neto. O promotor lembrou as ameaças indiretas feitas pelo grupo aos promotores, delegados e agentes da Polícia Civil que investigam a série de inquéritos de homicídios não concluídos que teriam ligações com a quadrilha. Oito pessoas, entre promotores de justiça, delegados e juízes envolvidos na investigação da Operação Malassombro, receberam ameaças.
O delegado Odilon Teodósio comentou sobre o período de aproximadamente 20 anos que o grupo, primeiramente chefiado por JoséRodrigues, pai do vereador preso, não foi investigado. "Eles contavam com o medo da população e também com a falta de investigação para seguirem impunes. Existiam pessoas que vazavam informações da delegacia da cidade para os integrantes do bando, assim como os próprios policiais tinham medo e não possuiam estrutura para trabalhar", relatou Teodósio. Um dos casos é de Saulo de Tarso Rocha, filho de um policial militar aposentado e ligado ao grupo dos Rodrigues, que atuava como um policial civil em Assu, possuindo armas e até fardas da corporação, além de ter livre trânsito no prédio da delegacia local. Mas segundo o delegado, a situação atual é diferente. "Hoje temos uma delegacia confiável".
O pistoleiro Paulo Douglas Garcia Gomes, o Paulo "Cabeleireiro", foi morto a tiros por dois homens em uma moto, no dia 9 de junho do ano passado, na rua Dr. Ernesto da Fonseca, em Assu.
Já o outro suposto pistoleiro assassinado, segundo a Polícia Civil, a mando do vereador, tratava-se de Valdemar Ulisses de Souza, morto aos 27 anos com tiros de pistola e espingarda calibre 12. O crime ocorreu em 15 de setembro de 2010, próximo à Comunidade Santa Clara, quando retornava para a comunidade Linda Flor, na estrada de acesso à cidade de Carnaubais [zona rural de Assu].
Já o irmão do vereador, Aureliano Rodrigues da Silva, reponde por outras duas ações penais de homicídio, nas Comarcas de Campo Grande e Ipanguaçu. O delegado da Divisão de Polícia do Oeste, Odilon Teodósio Filho, informou que Aureliano Rodrigues estava foragido e foi preso em 17 de março no Rio de Janeiro e trazido para Natal.
Em Campo Grande, o irmão do presidente da Câmara de Assu responde pelo duplo homicídio cometido, na cidade de Paraú, contra os irmãos Reginaldo e Renato Rufino da Silva, crimes pelos quais foi condenado, em 18 de novembro de 2009, a 16 anos e quatro meses de reclusão a ser cumprido no presídio estadual de Mossoró.
Quanto ao homicídio cometido em 16 de janeiro de 1991 contra a pessoa de Manoel Dantas Neto, o réu Aureliano Rodrigues da Silva foi pronunciado judicialmente só em 24 de julho de 2008, bem como o cúmplice Vivaldo Fonseca Júnior, que até aquela data encontrava-se foragido.
"Essa é uma resposta das instituições"
Os desdobramentos da Operação Malassombro, foram explicados pelo chefe da Divipoe Odilon Teodósio, o delegado-geral da Polícia Civil, Fábio Rogério e o Ministério Público. "Esta é uma resposta das instituições ao grupo que ameaçou autoridades. Todos aqui, juntos, passamos o recado que é a instituição que atua como um todo", afirmou o promotor Jean Cardoso, assessor do procurador-geral de Justiça Manoel Onofre Neto. O promotor lembrou as ameaças indiretas feitas pelo grupo aos promotores, delegados e agentes da Polícia Civil que investigam a série de inquéritos de homicídios não concluídos que teriam ligações com a quadrilha. Oito pessoas, entre promotores de justiça, delegados e juízes envolvidos na investigação da Operação Malassombro, receberam ameaças.
O delegado Odilon Teodósio comentou sobre o período de aproximadamente 20 anos que o grupo, primeiramente chefiado por JoséRodrigues, pai do vereador preso, não foi investigado. "Eles contavam com o medo da população e também com a falta de investigação para seguirem impunes. Existiam pessoas que vazavam informações da delegacia da cidade para os integrantes do bando, assim como os próprios policiais tinham medo e não possuiam estrutura para trabalhar", relatou Teodósio. Um dos casos é de Saulo de Tarso Rocha, filho de um policial militar aposentado e ligado ao grupo dos Rodrigues, que atuava como um policial civil em Assu, possuindo armas e até fardas da corporação, além de ter livre trânsito no prédio da delegacia local. Mas segundo o delegado, a situação atual é diferente. "Hoje temos uma delegacia confiável".
Delegado sequer estima quantas mortes vereador encomendou
Durante a coletiva, o delegado Odilon Teodósio, chefe da Divisão de Polícia Civil do Oeste (Divipoe) foi enfático ao afirmar que não poderia se quer estimar quantos crimes o parlamentar teria encomendado Vale do Açu, nos últimos 20 anos.
Ele ainda apontou os crimes como prática comum na Região, e explicou que ocorriam pelos mais variados motivos: desavença familiar, disputa econômica e política, e pelos motivos mais torpes.
Contudo fez mistério ao falar sobre a tentativa de homicídio do deputado estadual Nélter Queiroz. O delegado não quis revelar detalhes do fato, mas nos autos da investigação consta que o crime teria sido encomendado pelo vereador por 50 mil reais, mas acabou por não se materializar e por isso os dois pistoleiros acabaram assassinados pelo próprio grupo que os contratou.
Para Odilón, a Polícia Civil também tem parcela de culpa por esses crimes. “Faltou empenho muitas vezes e pode se falar até em medo”, pontuou
Ele ainda apontou os crimes como prática comum na Região, e explicou que ocorriam pelos mais variados motivos: desavença familiar, disputa econômica e política, e pelos motivos mais torpes.
Contudo fez mistério ao falar sobre a tentativa de homicídio do deputado estadual Nélter Queiroz. O delegado não quis revelar detalhes do fato, mas nos autos da investigação consta que o crime teria sido encomendado pelo vereador por 50 mil reais, mas acabou por não se materializar e por isso os dois pistoleiros acabaram assassinados pelo próprio grupo que os contratou.
Para Odilón, a Polícia Civil também tem parcela de culpa por esses crimes. “Faltou empenho muitas vezes e pode se falar até em medo”, pontuou
CANDIDATO
O presidente da Câmara Municipal do Assu, vereador Odelmo de Moura Rodrigues, 42 anos, solteiro e com o ensino médio, é candidato à reeleição e, como filiado ao PSD, integra a coligação proporcional "Ética e Verdade Moral", que ainda conta com os partidos PTN/PV/PC do B. Na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, o vereador diz que é proprietário de duas casas, uma pick-up Strada e dois imóveis rurais, nos Sítios Santo Antônio e Rio dos Cavalos, em Assu. Nas eleições municipais de 2008, Rodrigues elegeu-se vereador, sendo o primeiro colocado, numa bancada de dez vereadores. Em 2004, ele se elegera vereador em terceiro lugar.
Fonte: Tribuna do Norte / Nominuto
Foto: Emanuel Amaral
Nenhum comentário:
Postar um comentário