BEIRUTE, 14 Set (Reuters) - O papa Bento 16 fez na sexta-feira um apelo à Síria para que deixe de importar as armas que alimentam sua guerra civil. Iniciando uma visita ao Líbano, o pontífice afirmou também que a Primavera Árabe foi um "grito de liberdade" positivo, desde que inclua a tolerância religiosa.
BEIRUTE, 14 Set (Reuters) - O papa Bento 16 fez na sexta-feira um apelo à Síria para que deixe de importar as armas que alimentam sua guerra civil. Iniciando uma visita ao Líbano, o pontífice afirmou também que a Primavera Árabe foi um "grito de liberdade" positivo, desde que inclua a tolerância religiosa.
Bento 16 passará três dias em Beirute, a apenas 50 quilômetros da fronteira com a Síria. O principal tema da sua visita será a defesa da paz no Oriente Médio e a harmonia entre a minoria cristã e a maioria muçulmana no Líbano.
Líderes libaneses cristãos, sunitas, xiitas e drusos se juntaram à elite política local para receber Bento 16 no desembarque, numa demonstração de harmonia raramente vista na região.
"A importação de armas (na Síria) precisa finalmente parar", disse o papa, de 85 anos, no avião. "Sem a importação de armas, a guerra não pode continuar. Ao invés de importar armas, o que é um pecado grave, precisamos importar ideias de paz e criatividade."
Falando sobre as revoltas iniciadas no final de 2010 no mundo árabe, o papa disse que "há um desejo de mais democracia, mais liberdades, mais cooperação e renovação".
Mas acrescentou que esse movimento precisa incluir a tolerância por outras religiões. Questionado sobre os temores dos cristãos com a ascensão do radicalismo islâmico, Bento 16 respondeu: "O fundamentalismo é sempre uma falsificação da religião."
O Líbano travou uma guerra civil de caráter sectário entre 1975 e 1990, e a visita pontifícia é mais uma oportunidade para a reconciliação. Todos os grupos libaneses saudaram a visita, e a organização xiita Hezbollah, que atua como guerrilha e partido político, colocou várias faixas de boas-vindas no caminho do aeroporto.
LÍBANO COMO MODELO
Em bairros cristãos da capital, fotos do papa estavam coladas em todas as ruas. O jornal Al Nahar disse que o esquema de segurança envolve mais de 5.000 militares e policiais.
A Síria tem uma divisão religiosa quase tão complexa quanto a libanesa, e a atual guerra civil também tem um caráter sectário, contrapondo a maioria sunita à minoria alauíta, uma seita derivada do islamismo xiita. Os confrontos sírios eventualmente têm se espalhado para o território libanês, gerando temores de que reacendam conflitos também nesse país.
Mas Bento 16 disse que o Líbano "certamente demonstra a todo o Oriente Médio e ao resto do mundo" que os cristãos podem conviver pacificamente com outros credos.
"O equilíbrio, que é apresentado em todos os lugares como um exemplo, é extremamente delicado", alertou ele, em francês, ao desembarcar. "Às vezes ele parece prestes a se romper, como um arco excessivamente tenso."
A visita do papa coincide com um momento de novas turbulências no Oriente Médio, por causa de protestos contra um filme norte-americano semiamador ofensivo ao profeta Maomé.
Em Trípoli, no norte do Líbano, testemunhas disseram que centenas de manifestantes incendiaram um restaurante da rede norte-americana Kentucky Fried Chicken, gritando palavras de ordem contra os EUA e contra o papa.
Líderes libaneses cristãos, sunitas, xiitas e drusos se juntaram à elite política local para receber Bento 16 no desembarque, numa demonstração de harmonia raramente vista na região.
"A importação de armas (na Síria) precisa finalmente parar", disse o papa, de 85 anos, no avião. "Sem a importação de armas, a guerra não pode continuar. Ao invés de importar armas, o que é um pecado grave, precisamos importar ideias de paz e criatividade."
Falando sobre as revoltas iniciadas no final de 2010 no mundo árabe, o papa disse que "há um desejo de mais democracia, mais liberdades, mais cooperação e renovação".
Mas acrescentou que esse movimento precisa incluir a tolerância por outras religiões. Questionado sobre os temores dos cristãos com a ascensão do radicalismo islâmico, Bento 16 respondeu: "O fundamentalismo é sempre uma falsificação da religião."
O Líbano travou uma guerra civil de caráter sectário entre 1975 e 1990, e a visita pontifícia é mais uma oportunidade para a reconciliação. Todos os grupos libaneses saudaram a visita, e a organização xiita Hezbollah, que atua como guerrilha e partido político, colocou várias faixas de boas-vindas no caminho do aeroporto.
LÍBANO COMO MODELO
Em bairros cristãos da capital, fotos do papa estavam coladas em todas as ruas. O jornal Al Nahar disse que o esquema de segurança envolve mais de 5.000 militares e policiais.
A Síria tem uma divisão religiosa quase tão complexa quanto a libanesa, e a atual guerra civil também tem um caráter sectário, contrapondo a maioria sunita à minoria alauíta, uma seita derivada do islamismo xiita. Os confrontos sírios eventualmente têm se espalhado para o território libanês, gerando temores de que reacendam conflitos também nesse país.
Mas Bento 16 disse que o Líbano "certamente demonstra a todo o Oriente Médio e ao resto do mundo" que os cristãos podem conviver pacificamente com outros credos.
"O equilíbrio, que é apresentado em todos os lugares como um exemplo, é extremamente delicado", alertou ele, em francês, ao desembarcar. "Às vezes ele parece prestes a se romper, como um arco excessivamente tenso."
A visita do papa coincide com um momento de novas turbulências no Oriente Médio, por causa de protestos contra um filme norte-americano semiamador ofensivo ao profeta Maomé.
Em Trípoli, no norte do Líbano, testemunhas disseram que centenas de manifestantes incendiaram um restaurante da rede norte-americana Kentucky Fried Chicken, gritando palavras de ordem contra os EUA e contra o papa.
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