O titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), Jaime Paula Pessoa Linhares, comanda as investigações sobre um golpe que lesou empresas e clientes envolvendo a emissão e a guarda de cheques pré-datados, que eram ´clonados´ por estelionatários. Em três dias, 19 Boletins de Ocorrência (B.Os.) foram registrados na Especializada dando conta da fraude. Os valores obtidos pelos bandidos com o golpe ainda está sendo levantado pela Polícia.
O crime era cometido depois que os empresários custodiavam os cheques pré-datados dos clientes aos bancos. Dias depois, vários clientes recebiam os extratos e descobriram que os cheques haviam sido descontados com valores acima dos preenchidos e entregues anteriormente nas lojas.
Segundo Jaime de Paula Pessoa, a maioria dos casos ocorreu em dois bancos particulares e dois oficiais. Houve casos em que os clientes ficaram com os nomes "negativados" no sistema financeiro, visto que os valores colocados nos cheques clonados estavam além dos saldos nas contas e foram devolvidos por falta de fundos.
As clonagens dos cheques dos clientes que estavam custodiados aos bancos resultaram em vários processos na Justiça Estadual por danos morais contra as empresas. Vários empresários procuraram o titular da DDF e perguntaram o que poderia ser feito contra os estabelecimentos bancários.
Responsabilidade
"Caso eles desejem podem processar os bancos, pois os cheques estavam sob a responsabilidade deles, é um direito que os assiste, mas isso não é de competência da Polícia Civil", ressaltou Jaime de Paula Pessoa.
Após a DDF descobrir o golpe, que estava sendo facilitado porque não havia conferência das assinaturas, os bandidos continuaram a clonar os cheques. Entretanto, passaram a antecipar os saques. Com isso, os estelionatários recebiam o dinheiro e o cliente era duplamente prejudicado, pois além de ter os valores retirados da conta, o cheque verdadeiro era descontado e, as vezes era devolvido, porque não havia dinheiro na conta.
O titular da DDF frisou que os bancos e as empresas precisam se unir à Polícia Civil, para ajudar a identificar as falhas. Tudo leva a crer que os golpistas tenham usado a tecnologia para fazer essas clonagens. Uma das formas, de acordo com o delegado, poderia ser a invasão dos sistemas de informáticas das instituições financeiras, mas isso ainda está sendo investigado.
Casal é preso com cartões falsificados
Gleidson Hugo Brás e Ana Cláudia Queiroz foram presos por policiais civis da Defraudações quando recebiam três cartões de créditos com dados falsificadosUm homem e uma mulher foram presos, na última sexta-feira (15), acusados de participação em golpes envolvendo aquisições de cartões de crédito de maneira fraudulenta. Somente a um banco foram feitos cerca de três mil pedidos de envios de cartões de crédito. No mês passado, a instituição financeira registrou 1.814 solicitações.
O que levantou suspeitas dos bancários responsáveis pelos envios dos cartões foi o fato de muitos serem para o mesmo endereço. "Somente para um endereço, foram feitas 209 solicitações". Uma operação foi organizada pelo titular da DDF e os inspetores da Especializada prenderam Gleidson Hugo Brás de Abreu e Ana Cláudia Queiroz.
Gleidson de Abreu foi preso no momento em que recebia três cartões. Ele contou que ganharia 50 reais por cada cartão recebido, porém não revelou o nome da pessoa para quem "trabalhava". Ana Cláudia Queiroz disse não ter envolvimento com nenhum tipo de golpe, apesar de ter recebido cinco cartões de crédito em uma semana. Ela garantiu que as remessas foram por engano. Apesar de negar as acusações, os envelopes foram violados. Foi constatado também que ela usou uma dos cartões para fazer compras.
Quadrilha
O titular da DDF salientou que outras prisões devem ser efetuadas, tendo em vista que as investigações estão apenas no início. Para Linhares, Gleidson de Abreu e Ana Queiroz são integrantes de uma quadrilha numerosa de estelionatários.
Conforme o delegado, em alguns casos, os estelionatários usam nomes de pessoas conhecidas e fazem pedidos de cartões de crédito ou solicitam adicionais. Em casos assim, é fácil prender o causado.
Alguns bancos administradores de cartões de crédito já criaram mecanismos para identificar fraudes desse tipo. Para o titular da DDF, isso certamente dificultará os golpes.
Fonte: DN
Blog Combate Policial
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