A liminar que suspende os pagamentos da Telexfree será analisada no dia 8
por desembargadores do Acre , definiu nesta quinta-feira (4) o Tribunal
de Justiça local. Mas, se a decisão for derrubada, promotorias do
consumidor de outros Estados entrarão com ações para reativar o bloqueio
o mais rápido possível, diz o presidente da Associação do Ministério
Público do Consumidor (MPCon), Murilo Moraes e Miranda.
"Caso haja qualquer retrocesso na decisão do Acre, os MPs de todos os
Estados ingressarão [ com ações ] para garantir que não haja mais
pessoas ludibriadas pela Telexfree e para que se garanta um mínimo de
devolução [ do dinheiro investido pelos consumidoers ]", diz Miranda,
promotor de Goiás.
A Telexfree informa ser uma fornecedora de telefonia via internet (VoIP,
na sigla em inglês) . Os pacotes, segundo a empresa, são comercializado
por meio do sistema de marketing multinível (MNN) – modelo de vendas
diretas em que os distribuidores ganham bônus pelos negócios fechados
por outros distribuidores que atraiam para a rede.
A MPCon considera que a empresa, na verdade, erigiu uma das principais
pirâmides financeiras em atividade no Brasil. O advogado da Telexfree,
Horst Fuchs, nega que haja irregularidade.
Bloqueio
No dia 18 de junho, a Justiça do Acre aceitou o pedido de liminar do
Ministério Público do Acre (MP-AC) e determinou o bloqueio de pagamentos
aos distribuidores da Telexfree (chamados de divulgadores) e dos bens
dos sócios da empresa Carlos Wanzeler, Carlos Costa e Jim Merryl.
A sentença vale para todo o Brasil e o objetivo, segundo o MP-AC, é
garantir a devolução do dinheiro a quem investiu na empresa. Em março,
Costa estimava que eles somavam 600 mil associados.
Na quarta-feira (3), o iG revelou que, logo após a decisão favorável
ao bloqueio, os responsáveis pela Telexfree tentaram transferir R$ 101,7
milhões para as contas de outras duas empresas.
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