Relatório final do mutirão carcerário foi entregue nesta sexta-feira (18).
Documento aponta que 85% das demandas dependem do Estado.
Do G1 RN
O relatório final do mutirão carcerário realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) noRio Grande do Norte apontou que 85% das demandas para melhorar o quadro penitenciário no estado dependem de ações do Governo Estadual, enquanto 15% das recomendações cabem ao Poder Judiciário. O documento foi entregue ao presidente do Tribunal de Justiça do RN, desembargador Aderson Silvino, nesta sexta-feira (18). O mutirão foi realizado de abril a maio deste ano com a apreciação de mais de 6 mil processos e inspeções em 22 unidades prisionais do Estado.
O conselheiro Guilherme Calmon, coordenador do Deparamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ressaltou que o Estado precisa investir em construção de novas unidades, retirada urgente de presos das delegacias de polícia e Centros de Detenção Provisória (CDPs) e, também, reformas nos presídios existentes com o objetivo de empreender avanços quanto a salubridade e para acabar com a superlotação. Para o conselheiro é preciso investir fortemente para mudar o antigo modelo carcerário.
“Temos acompanhado os acontecimentos das últimas três semanas no Maranhão e São Paulo e o tema envolvendo o sistema carcerário tem relação como todo e qualquer estado da nação”, salienta Calmon ao lembrar que enquanto existem organizações criminosas dentro do sistema penitenciário brasileiro há também descaso com a garantia dos direitos dos presos.Uma das sugestões propostas ao Judiciário do RN é intensificar as ações deste programa, com parcerias com setores públicos e privados, criando vagas de trabalho para presos. “Com a realização do mutirão, aceleramos o julgamento de vários processos criminais e vamos continuar atuando para aperfeiçoar o trabalho na área da execução penal”, observa o juiz auxiliar da Presidência, Fábio Filgueira, presente à entrega do documento. Filgueira acompanhou o trabalho dos juízes do CNJ, Luciano Losekann, Álvaro Ferro, Esmar Custódio e Renato Magalhães, encerrado em 3 de maio.
O representante do CNJ diz que deixa o Rio Grande do Norte com muita esperança e que sente, por parte do Poder Judiciário e da Secretaria Estadual de Justiça, o interesse de fazer este segmento alcançar uma nova realidade. E acredita que efetivos esforços serão desenvolvidos por estas instituições para mudar o quadro constatado pelos juízes que inspecionaram as unidades prisionais do Estado.
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