Ele foi inocentado pelo homicídio de Francinildo Cordeiro, morto em 2008. Thiago ainda é réu no caso Maria Luiza, estudante assassinada em 2009.
Anderson Barbosa
Do G1 RN
Foi absolvido da acusação de homicídio, em júri popular realizado ao longo desta quinta-feira (19), em Natal, Thiago Felipe Rodrigues Pereira, de 26 anos. 'Thiago Cabeção', como também é chamado, respondia pela morte de Francinildo Cordeiro dos Santos, o 'Galo Cego', assassinado a tiros em dezembro de 2008 no bairro Bom Pastor, zona Oeste da capital potiguar. Segundo o advogado Marcus Alânio Martins Vaz, que defendeu o acusado, “o júri foi inânime e fez justiça em inocentá-lo, uma vez que não havia qualquer prova que o incriminasse”. Apesar da absolvição, Thiago permanecerá preso, pois ele ainda é acusado de outro homicídio – a morte da estudante Maria Luiza Fernandes Bezerra, de 15 anos, brutalmente assassinada em abril de 2009. O caso Maria Luiza, como ficou conhecido, é considerado pela polícia um dos crimesNo julgamento realizado nesta quinta, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Thiago sob a alegação de que ele, por volta das 4h do dia 25 de dezembro 2008, em frente a um imóvel localizado na rua Henrique Dias, no Bom Pastor, teria contado com a ajuda de outra pessoa para executar a vítima, que sofreu vários tiros. Escorado nos fatos narrados pela polícia, o MP acusou Thiago e outro suspeito, chamado Lindomar Ferreira de Souza, pela prática de homicídio qualificado. Este último, em julgamento realizado há três meses, foi condenado a cumprir 15 anos de prisão em regime fechado.
Caso Maria Luiza
Maria Luiza saiu de casa no dia 21 de abril de 2009, feriado de Tiradentes, para se encontrar com o namorado em uma lan house. Ela não chegou ao destino. Seis dias depois, o corpo da adolescente foi encontrado nu já em avançado estado de decomposição. A perícia constatou que a adolescente foi estuprada e estrangulada. O corpo de Maria Luiza estava em um lixão no bairro de Felipe Camarão, zona Oeste de Natal.
Além de Thiago Felipe Rodrigues Pereira, também foi acusado pelo Ministério Público como participante no crime Kleisson de Souza Freitas da Silva, o 'Negão', de 33. Ambos foram sentenciados, em audiência também realizada nesta quinta (19), a sentarem no banco dos réus. A sentença de pronúncia foi do juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal de Natal. O júri popular, no entanto, ainda não tem data marcada.
A mãe de Maria Luiza, a comerciante Rosilene Fernandes, acredita na culpa dos acusados. "Thiago não tinha envolvimento com minha filha, mas toda vez que a via passar soltava piadas, desejava ela, que por sua vez não dava nenhum tipo de cabimento".
Defesas negam autoria do crime
O advogado de Thiago, Marcus Alânio Martins Vaz, conta que o acusado nega a autoria do crime. "Ele não foi o autor nem teve participação alguma", afirma. A negativa de autoria também é a linha seguida pelo advogado Arsênio Pimentel, que defende Kleisson. "Não existe testemunha presencial nos autos. O que existe são suspeitas, comentários e percepções populares que levam a crer que essa autoria poderia ser imputada a Thiago e subsidiariamente a Kleisson", explica.
Ainda de acordo com o advogado, Kleisson e Thiago mantinham contato porque os dois eram usuários de drogas. "Além dos dois, outros jovens também consumiam drogas com eles", afirma. O advogado Arsênio Pimentel conta que seu cliente chegou a ficar internado em uma casa de saúde da cidade para se tratar do vício. Preso em 2009, Thiago passou 90 dias na cadeia e teve a prisão relaxada pela Justiça. Depois de solto, o acusado foi detido novamente em agosto do ano passado por força de um mandado de prisão. Kleisson também foi preso no ano passado. mais bárbaros da história recente de Natal.
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