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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Facebook é Criticado por colaborar em estudo sobre contágio emocional

Facebook criticado por colaborar em estudo sobre contágio emocional

A rede social submeteu centenas de milhares de membros a um teste psicológico sem o seu conhecimento.Os utilizadores do Facebook não gostaram de saber que a rede social submeteu centenas de milhares de membros a um teste psicológico sem o seu conhecimento ou autorização. Em 2012, uma equipa de investigadores estudou o comportamento de mais de 689 mil utilizadores durante uma semana e concluiu que os mais expostos a um menor número de histórias positivas quando visitaram o site tendencialmente escreveram posts mais negativos, e vice-versa. 
"A experiência manipulou a exposição dos utilizadores a expressões emocionais no seu ‘feed' de notícias. Os resultados obtidos mostram que as emoções que os outros expressam no Facebook influenciam as nossas emoções, o que leva a crer que é possível gerar contágio emocional em grande escala através das redes sociais", lê-se no estudo coordenado por Adam Kramer, da equipa científica de dados ‘core' do Facebook, Jamie Guillory, investigador de Pós-Doutoramento na Universidade da Califórnia, em São Francisco, e Jeffrey Hancock, professor na Universidade de Cornell. 

"A escala massiva das redes sociais, nomeadamente do Facebook, faz com que pequenos efeitos tenham grandes repercussões. As mensagens online influenciam a forma como sentimos as emoções e, consequentemente, também podem afectar um vasto conjunto de comportamentos online", concluíram os investigadores. 

Um artigo publicado na revista New Scientist sobre este mesmo estudo desencadeou uma reacção de repúdio por parte dos utilizadores que, em muitos casos, se traduziu em queixas centradas no facto de os participantes não terem autorizado a utilização dos conteúdos publicados. "O Facebook manipulou as emoções dos seus utilizadores. Falta de ética? Sim. 1984? Sim.", tweetou Jacob Shiach, fundador do Brightwork CoResearch, um espaço de pesquisa em Houston, no estado norte-americano do Texas, referindo-se à conhecida obra de George Orwell sobre um governo totalitário opressivo. 

Susan Fiske, professora de psicologia na Universidade de Princeton e responsável pela edição do estudo para publicação na revista "Proceedings", da Academia Nacional de Ciências dos EUA, refere que inicialmente teve dúvidas do foro ético. "Em parte, o que mais incomoda as pessoas em relação a este estudo é o facto de cada um de nós encarar o ‘feed' de notícias como uma coisa pessoal. Foi a primeira vez que os investigadores tiveram a colaboração do Facebook para manipular pessoas", explicou numa entrevista à revista The Atlantic.

A rede social defendeu o estudo alegando que "os dados utilizados não estavam associados a nenhuma conta específica do Facebook" e que "não foram coligidos dados pessoais" em nenhuma das iniciativas levadas a cabo. A empresa invocou ainda em sua defesa que a investigação é usada "para melhorar os serviços e aumentar o interesse e a relevância dos conteúdos que as pessoas vêem online. Para isso, temos de compreender se as pessoas reagem de forma positiva ou negativa a diferentes géneros de conteúdo, como notícias de amigos ou informação das páginas que seguem. Os resultados da investigação são cuidadosamente analisados e, regra geral, resultam num profundo processo de reavaliação interna".
TIM BRADSHAW

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