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Diário da Manhã
Foram realizados dois estudos que detalham a evolução do câncer de pulmão. Eles revelam como depois de uma falha genética causadora da doença, as células do tumor desenvolvem diversas mutações novas de forma silenciosa, fazendo com que partes diferentes do mesmo tumor se tornem geneticamente únicas. Muitas vezes a falha genética acontece devido ao fumo.
A partir do momento que os pacientes ficam doentes o bastante para que o câncer seja diagnosticado, os tumores já terão percorrido várias fases evolucionárias, o que faz com que seja muito difícil que qualquer medicamento específico surta efeito.
As descobertas mostram que é preciso urgentemente detectar o câncer de pulmão antes que ele se transmute em múltiplos clones malignos.
Charles Swantos, o autor de uma das monografias do Instituto de Pesquisa de Londres da instituição de caridade Pesquisa do Câncer da Grã-Bretanha, falou sobre a descoberta: “O que não tínhamos co nseguido entender antes é por que este é o imperador de todos os tipos de câncer e uma das doenças mais duras de tratar. Anteriormente, não sabíamos o quão heterogêneos estes tipos de câncer de pulmão em estágio inicial eram”. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer de pulmão, que é o mais fatal do mundo, mata aproximadamente 4.300 pessoas todos os dias. Dos pacientes com o câncer, cerca de 85% têm o tipo analisado nos estudos, que é o câncer de pulmão de células não-pequenas (NSCLC, na sigla em inglês).
Existe a esperança do surgimento de uma nova geração de drogas imunoterápicas que tenham potencialidade para fortalecer a capacidade do sistema imunológico para detectar e combater tumores, o que poderia ser aplicado, especialmente, ao câncer de pulmão.
Outro desafio é encontrar maneiras mais eficazes de detecção do câncer, antes que sejam desenvolvidas as múltiplas falhas genéticas que resultam no crescimento e disseminação de tumores.
As pesquisas foram publicadas no periódico científico 'Science'.
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