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sábado, 7 de janeiro de 2012

Inflação oficial do país atinge maior patamar desde 2004

Rio (AE) - A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou no teto da meta estipulada pelo governo em 2011, de 6,5%. Embora tenha ficado a contento da equipe econômica, a taxa foi a mais alta desde 2004. O aumento da renda e a expansão do emprego foram apontados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como os principais estímulos à inflação no ano.


Aldair Dantas Os preços de alimentação e bebidas exerceram o maior impacto na inflação do ano passado, apesar de terem reduzido o ritmo de alta
Os preços de alimentação e bebidas exerceram o maior impacto na inflação do ano passado, apesar de terem reduzido o ritmo de alta

O dado preocupa, porque tanto o rendimento do trabalhador quanto o mercado de trabalho devem continuar fortes em 2012. Além disso, o salário mínimo acaba de ser reajustado, o que indica mais pressões inflacionárias pela frente.

"A inflação veio mais forte no primeiro semestre, e a demanda aquecida foi o principal fator para o aumento dos preços. A causa foi a demanda interna, e a pressão deve continuar em 2012", avalia Bruno Brito, analista da Tendências Consultoria Integrada.

Embora incentive ainda mais o aumento da demanda, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca - fogões, geladeiras e máquinas de lavar - na reta final de 2011 foi fundamental para impedir que o aumento de preços ficasse acima do limite máximo esperado pelo governo para o ano.

Com os eletrodomésticos mais baratos em dezembro, os artigos de residência caíram 0,87% em dezembro, o que puxou o IPCA do mês para baixo em 0,03 ponto porcentual e suavizou o impacto do aumento dos alimentos (1,23%) e vestuário (0,80%). A inflação no grupo alimentação e bebidas foi responsável por 58% do IPCA no mês.

"Na verdade, esses dois grupos apresentaram certa influência sazonal. Artigos de vestuário foi a própria demanda das festas de fim de ano. Alimentos também. Ficaram mais caros carnes e frango, produtos que são cíclicos de churrasco, de comemoração de fim de ano e de trabalho. As bebidas também aumentaram, alcoólicas e não alcoólicas", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

No entanto, a alta dos alimentos foi menor do que a esperada pelo mercado, assim como a variação nula dos preços do grupo transportes. As passagens aéreas, que subiram 52,91% em 2011, tiveram recuo de 2,05% em dezembro. Também contribuíram para segurar a inflação do grupo os preços mais baixos de automóveis usados (-0,32%) e seguro voluntário (-6,86%).

"O indicador a 0,50% surpreendeu bastante. O mercado esperava que a inflação ficasse acima da meta no ano. Não acho que a redução do IPI tenha sido tão determinante para que o IPCA ficasse dentro dos 6,5%. O principal fator (para uma taxa menor em dezembro) foi alimentos e transportes subirem menos do que o esperado em dezembro", afirmou Inês Filipa, economista-chefe da corretora Icap Brasil.

Os preços de alimentação e bebidas exerceram o maior impacto na inflação do ano, apesar de terem reduzido o ritmo de alta. O aumento na refeição fora de casa (de 10,49%) foi a principal contribuição individual no IPCA de 2011.
Daniela Amorim

Tribuna do Norte

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