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sexta-feira, 9 de março de 2012

Tendência é de juro em queda e preços em alta

Brasília (AE) - Reuniões e muitas contas ontem, dia seguinte ao corte de juro mais agressivo anunciado pelo Banco Central. Economistas refazem cenários e as duas primeiras conclusões apontam para juro mais baixo no fim de 2012 e preços mais altos nos próximos meses. Alguns já apostam em Selic no mínimo histórico e inflação de 2013 mais alta que a de 2012.
Aldair DantasA inflação vem desacelerando no país, mas expectativa é que o peso no bolso do consumidor suba
A inflação vem desacelerando no país, mas expectativa é que o peso no bolso do consumidor suba

Logo pela manhã, algumas instituições revisaram o cenário e anunciaram previsão de que os cortes do Banco Central devem levar o juro ao menor patamar da história em breve. Santander e BES Investimento, por exemplo, cortaram a estimativa para o juro no fim do ano de 9,5% para 8,5%. Confirmado, esse será o menor patamar já registrado para a Selic, abaixo do atual recorde de 8,75%, que vigorou entre julho de 2009 e abril de 2010.

Entre analistas, a inflação dos últimos 12 meses - que segue em desaceleração - é apontada como um dos fatores para respaldar a continuidade dos cortes. Ontem, o Copom decidiu reduzir a Selic em 0,75 ponto, o que jogou a taxa básica para 9,75%. "Entendemos que é possível que o juro continue a ser reduzido no período em que a inflação também desacelerar, o que deve acontecer até maio", diz o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto.

Em algumas instituições, há expectativa de que o juro caia 0,75 ponto em abril e diminua 0,5 ponto em maio. Para 2013, as análises ainda são prematuras. Mas há quem preveja juro ainda mais baixo. André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, acredita que a Selic poderá cair para 8% no fim do próximo ano. "Esse cenário leva em conta uma mudança nas regras da poupança, o que liberaria o Banco Central para continuar os cortes."

Outro reflexo do BC mais agressivo virá sobre os preços. Flavio Serrano, economista sênior do BES Investimento, aumentou a previsão para a inflação em 2013 de 5,3% para 5,8%. Agora, prevê IPCA mais alto no próximo ano que em 2012, período em que o índice deve avançar 5,3%. "Boa parte da inflação deste ano já está dada. O impacto da decisão do Copom acontece mais no fim do ano e especialmente em 2013."

Natal registra maior aumento da Cesta Básica

São Paulo (AE) - O preço médio da cesta básica caiu em fevereiro em 12 das 17 capitais do País pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com os números da Pesquisa, divulgada ontem, houve uma clara melhora no custo da alimentação se for levado em conta que em janeiro o valor havia diminuído em apenas duas cidades.

As reduções mais expressivas foram notadas em Florianópolis (-5,80%), Salvador (-4,52%) e Curitiba (-4,04%). Dentre as cinco capitais em que os preços subiram, entretanto, o destaque ficou para Natal, com aumento de 2,24%. O valor da cesta básica na capital potiguar ficou em torno de R$ 218,21, o segundo maior entre as seis capitais nordestinas pesquisadas. Nos dois primeiros meses do ano, a variação acumulada é positiva, e corresponde a 2,75%, enquanto em 12 meses totaliza -1,33%.

Os preços de oito dos 12 produtos que compõem a cesta básica subiram, em fevereiro, na capital: feijão (23,14%), manteiga (5,97%), arroz (2,92%), pão (2,77%), café (2,38%), óleo (1,87%) banana (1,60%), e farinha (1,27%). Outros quatro itens apresentaram queda no período: açúcar (-4,85%), tomate (-2,55%), carne (-1,16%), e leite (-0,76%).
Fernando Nakagawa

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