Júnior Santos
Ontem, centenas de pessoas foram ao mangue da Praia da Redinha e se transformaram em personagens do tradicional bloco 'Os Cão'
Ontem, centenas de pessoas foram ao mangue da Praia da Redinha e se transformaram em personagens do tradicional bloco 'Os Cão'
Na tarde de ontem, a Banda do Siri arrastou uma multidão pelas ruas da Redinha, comandada por marchinhas e frevo da orquestra de sopro. O bloco encerrou sua participação nos quatro dias de festa, com uma média de 4 mil participantes por dia, segundo a organização do evento. O ponto de encontro foi a Praça do Cruzeiro, sempre às 17h, onde cantores faziam show durante o vai e vem dos blocos.
Este ano, o Sirio trouxe um novo boneco gigante em homenagem ao fundador João Alfredo. Todos os outros bonecos e estandartes coloridos, que abrem alas para a Banda passar, também foram recuperados. A Banda do Siri foi classificada em primeiro lugar nos editais de carnaval do Governo do RN e da Prefeitura do Natal.
A tradição em 24 anos de carnaval da Redinha se deve "a autenticidade do carnaval de rua no litoral potiguar", explica um dos fundadores da banda, Fábio Lima, o que justifica o sucesso do bloco ao longo dos anos. A proposta, explica Lima, consiste em levar o genuíno carnaval do frevo a veranistas e moradores durante as tardes e noites dos quatro dias de uma das maiores festas populares do país. "Não há cordas, nem obrigação de ter uma camisa. A tradição se mantém viva por 24 anos por ser aberto ao povo, que já enxerga o bloco como propriedade do carnaval de rua de Natal", observa o coordenador da Banda do Siri.
Pela primeira vez no carnaval da Redinha, a pedagoga Jessiléia Teixeira, 37 anos, se surpreendeu com a animação dos blocos. Desde a saída d'Os Cão, por volta do meio-dia, até a Banda do Siri, no final da tarde, Jessiléia e familiares se revezaram entre seguir blocos e retornar a Praça do Cruzeiro - ponto de concentração das troças. "É muito divertido. Só vem família e tem diversidade de blocos, tudo aberto ao público", disse a foliã, que trocou este ano o carnaval de Macau pela Redinha.
Também estreando na Banda do Siri, o maestro Marcelo Papão, comandou a orquestra de metais, formada por 50 músicos. As marchinhas eram coreografadas, novidade aprovada pelos seguidores do Siri.
Veteranos, com 20 anos de participação no bloco, o representante comercial Eribaldo Pires e Beth Fernandes não trocam a folia de rua na praia por outras opções dentro e fora do Estado. "Não deixo o carnaval daqui por nada. Venho enquanto vida tiver", diz Eribaldo. O diferencial da Banda do Siri, para eles, é a simplicidade e o carisma na proposta que remete aos antigos carnavais. "O carnaval da Redinha e a Banda do Siri não existem um sem o outro", acrescenta.
Tradição de 24 anos
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Tribuna do Norte
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